Acordou entre as roupas amachucadas, o suor e o cheiro da vodka. Desde que saíra da casa do pai para perseguir o seu sonho de artista plástica, Margarida dava por si, frequentemente em misturas de tinta e álcool, de processos criativos e telas brancas. Não bebia na angústia, mas no prazer. Pintava compulsivamente e nos seus temas o erotismo feminino era uma constante.
Gostava também de abordar o telúrico e a sua casa de campo, relembrando a colecção de armas de caça do pai as quais, sem saber muito bem porquê a deixavam muito excitada.
Da mãe nada ou pouco sabia, apenas que tinha fugido para a América do Sul quando Margarida ainda era muito pequena.
Ultimamente também não era na mãe que pensava, nem um segundo que fosse e notava que nos seus traços as figuras de um homem se começavam a misturar com as curvas do seu corpo.
A campainha tocou. Era um dos seus professores que conhecera há bastante tempo na faculdade de belas artes, e pensou ao vê-lo entrar, em uma das suas telas mais recentes.
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Gosto de vos ler...beijos.
ResponderEliminarPerdida entre tintas, alcool,memórias e... amores? ;)
ResponderEliminarGostei!
Ora bem... o filho também termina muito elegantemente os seus monólogos. Decididamente, gosto! Beijos
ResponderEliminarEstá bem pintada a arte das pulsões humanas. :)
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